“É fazendo que se aprende a fazer aquilo que se deve aprender a fazer”, cunhou Aristóteles muito antes de existirem os conceitos de “learning by doing” (aprender fazendo) e de aprendizagem ativa. Não foi à toa que um dos mais importantes filósofos gregos criou a frase acima com o objetivo de expressar que o aprendizado pode ser otimizado, qualquer que seja o contexto, quando o estudante se vê estimulado a agir, em vez de apenas ouvir o professor.
Trocar a passividade pela ação está no centro da ideia de aprendizagem ativa. Nesse método, o aluno é convidado a se colocar no foco do processo. Sem sua participação, o aprendizado não acontece – aqui, o professor deixa de ser a figura central para se tornar um mediador que conduzirá a jornada de aprendizado do aluno. Nasce mais espaço para a colaboração e a cocriação, tão demandadas em nossos tempos.
Explicando melhor: em vez de apenas escutar uma aula, o aluno participa de atividades que o fazem agir e pensar para entender o assunto na prática. Pode ser por meio de um grupo de discussão, de um jogo participativo, de um projeto coletivo para resolver um problema proposto pelo educador ou da construção de um seminário, por exemplo. No fim das contas, o importante é que o estudante tenha de exercitar o próprio pensamento para, enfim, aprender.
A aprendizagem ativa pode ser mesclada a outros métodos de ensino, mas incorporar aspectos da aprendizagem ativa traz inúmeras vantagens para ambos os lados: o aluno tende a ter o conhecimento fixado de forma mais dinâmica e prazerosa, enquanto o professor estreita sua comunicação com a classe, atuando como facilitador da disseminação de um conhecimento duradouro.
Como afirmou Charles William Eliot, que teve o mandato de presidente mais longo da história da prestigiosa Universidade de Harvard, nos Estados Unidos: “Palestras por si só são muitas vezes um gasto inútil de força. O conferencista bombeia laboriosamente por entre as peneiras. A água pode ser inteira; mas passa pelas peneiras. Uma mente deve trabalhar para crescer”.